Embora a sociedade secular tente ajustar-se
ao seu modo hedonista de viver, a Bíblia é muito clara sobre o correto padrão ético,
moral e comportamental do homem e a formação da família. Uma coisa é o que cada
um pensa, gosta e decide escolher para crer e viver; outra coisa é o padrão
bíblico de regra de vida.
Está escrito, por exemplo, no Novo
Testamento, em um trecho no livro de Paulo em que ele ensina aos cristãos
romanos: “Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas
mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outro, contrário à
natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com
as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer
atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido
pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus,
ele os entregou a uma disposição
mental reprovável, para praticarem o que
não deviam” (Romanos 1.26-28).
Nesse texto tudo está muito claro; nele
podemos entender que, primeiro: corromper o padrão da sexualidade saudável é
algo muito antigo na sociedade. Em segundo lugar, a igreja, há mais de dois mil
anos, denunciava e condenava desde o princípio tais desvios de comportamentos
tanto feminino, quanto masculino. E em terceiro lugar, a Bíblia também deixa
claro a questão da consequência, porque existe um salário por abortar o padrão
de Deus e se entregar às suas paixões da carne. Paulo também escreveu, no
capítulo 6.23: “Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus
é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
Nessas passagens fica muito claro que a
homossexualidade é uma paixão infame, isto é, ela é contrária à natureza divina
e humana, pois corrompe o modo natural da vida e fisiologia humana. É também
uma inflamação da sensualidade, e como tal, é classificada diretamente na
Bíblia como ato de pecado, ou seja, errar o alvo da boa, perfeita e correta
vontade de Deus. Eu tenho liberdade para aceitar ou não esse padrão cristão de
vida, mas como cristão, eu também preciso lutar para que os que assim entendem
e aceitam, possam continuar tendo liberdade de viver e pregar este valor para
si e para os outros.
Sendo assim, existem dois fatores muito
diferentes e que precisam ser pontuados. Uma coisa é a homofobia, que é odiar e
agir com preconceito e violência contra quem não segue este padrão de vida; outra
é ser um cristão e não aceitar o padrão hedonista do mundo atual, no qual o
valor do prazer infame deve ser imposto como padrão absoluto para a sociedade e
a família. Como cristãos, temos que amar a todos, inclusive aos que vivem fora
dos padrões da Bíblia, e vivermos sob os princípios da Palavra de Deus, seja na
questão da sexualidade ou sob qualquer outra área de nossa vida.
Contudo, nós que temos a Bíblia como
fiel regra de fé e prática de vida, que temos uma consciência cristã à luz dos
mandamentos e valores da Palavra de Deus, temos que entender que nem todo mundo
vive assim. Lendo dias atrás o devocional 67º do livro 100 Dias de Oração:
Impactando a Família (editado pela CBB e Junta de Missões Mundiais), me deparei
com um artigo do Dr. Josué de Mello Salgado, da Igreja Batista Memorial de
Brasília, que salienta três questões sobre o assunto de forma lúcida e
equilibrada: “Primeiro: Nós vivemos como o apóstolo Paulo em Roma, numa
sociedade não cristã, dirigida por valores não cristãos. Não podemos exigir
desta sociedade um comportamento cristão. Seria como exigir vida de conversão a
uma pessoa não convertida. Segundo: A ira do homem não opera a ira de Deus
(Tiago 1.20). É Deus quem castiga o pecado e não nós, isto desautoriza todo ato
de violência homofóbica, verbal ou física. Terceiro: Deus odeia o pecado e ama
o pecador, por isso, quem optou pela “paixão infame de viver” deve ser alvo do
nosso amor e da pregação misericordiosa, porque a misericórdia triunfa. Ore
sobre esse assunto, converse e ore com seus filhos sobre esse tema; eles estão
expostos diariamente a ele, sem nenhum filtro cristão pela sociedade secular. A
melhor maneira de cuidar da sua família e da sociedade é com o diálogo à luz da
Palavra de Deus, sempre baseado na verdade com amor e graça (Tiago 2.13).”
Pr. Carlito Paes