Palestrante
do curso interrompido pelo Ministério Público afirma que “Ex-gays atrapalham os
negócios do movimento gay”
No dia 22
de janeiro, na Sociedade de Estudos Bíblicos Interdisciplinares, na cidade de
Taguatinga, no subúrbio do Distrito Federal, acontecia o curso
“Homossexualismo: ajudando, biblicamente, a prevenir e tratar aqueles que
desejam voltar ao padrão de Deus para sua sexualidade”, voltado exclusivamente
para lideranças evangélicas.
Por volta
das 21h30, os palestrantes Airton Williams e Claudemir Ferreira Soares
foram notificados a comparecer ao Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT) para prestar esclarecimentos sobre o curso. O deputado federal Jean Wyllys assumiu a autoria de uma das
denúncias. Em entrevista exclusiva, um dos palestrantes, Claudemir,
conta sua história e alerta: “o movimento LGBT só se move em direção aos cofres
públicos”.
Você se
apresenta como ex-gay. Como foi esse processo de mudança?
Em
primeiro lugar, é importante deixar claro o que devemos entender pelos termos
“gay” e “ex-gay”. Ambos referem-se a identidades socialmente construídas. A
identidade gay visa afirmar um estilo de vida de quem se adequa à prática do
homossexualismo e não se incomoda com a atração por pessoas do mesmo sexo.
Quanto ao termo “ex-gay”, ele só tem sentido no que se propõe a desconstruir a
mítica identidade gay. Portanto, tanto os termos “gay” quanto “ex-gay” são
afeitos exclusivamente ao campo das disputas ideológicas.
Quanto ao
que você chama de “processo de mudança”, digo, de saída que, no meu caso, não
houve nenhum “processo”. Aconteceu de maneira instantânea, radical, completa e
definitiva. Até os 22 anos, eu era tão gay quanto qualquer gay poderia ser.
Assumi por volta dos 19 anos, mas fui iniciado no homossexualismo por volta dos
7 anos, e sentia atração por indivíduos do sexo masculino “desde que me
entendia por gente”.
E como
foi essa mudança radical e definitiva?
Um dia,
por volta dos 22 anos, fui “forçado” por uma forte chuva a entrar em uma igreja
evangélica na periferia do Distrito Federal. O pregador era um homem muito
simples e de pouco estudo. Apesar disso, em determinado momento da pregação ele
disse: “um homem só pode saber se sua vida agrada a Deus se ele souber do que
Deus se agrada”.
A
logicidade e a profundidade filosófica daquela única frase colocou em xeque
toda a minha forte convicção acerca de Deus, Bíblia, igreja, evangélicos e
homossexualidade. É bom lembrar que eu costumava odiar a maioria dos crentes e
suas igrejas! Porém, depois de ouvir aquela afirmação do pastor, decidi fazer o
seguinte “pacto”: se eu estivesse errado e o “Deus dos crentes” mudasse minha
forma de pensar, eu O serviria para sempre.
Fui à
frente, em sinal de que estava aceitando Jesus, chorei bastante e, no dia
seguinte, comecei a estudar a Bíblia compulsivamente. Isso ocorreu em 30 de
março de 1997. Desde aquela data, livrei-me instantaneamente da atração pelo
mesmo sexo, abandonei o homossexualismo e renunciei à identidade gay.
Como o
movimento LGBT trata pessoas que se apresentam como ex-gays?
Nenhuma entidade
do movimento LGBT luta por tolerância. A luta desse “movimento” é por apenas
uma coisa: dinheiro público! O povo brasileiro não entende de Políticas
Públicas, Convênios, ONGs, etc. Por isso, acredita na lorota de “luta pelos
direitos humanos para a população LGBT” que os ativistas gays apregoam na mídia
e junto ao Poder Público. Não por acaso, os líderes desse “movimento” fazem
tudo o que podem para evitar que seja dada visibilidade àqueles que eles chamam
de “ex-homossexuais”.
Por que o
movimento LGBT se ressente de ex-gays?
Esses
líderes não odeiam quem se livrou da atração pelo mesmo sexo, abandonou o
homossexualismo e renunciou à identidade gay. Eles apenas querem nos calar para
não atrapalharmos os “negócios” do “movimento”. Eles sabem que é possível mudar
de orientação sexual…
Alguém do
movimento admitiu que é possível mudar de orientação sexual?
Ninguém
menos que a senadora e sexóloga Marta Suplicy, militante no movimento
homossexual desde os anos 80, e o Dr. Luiz Mott, antropólogo, decano do movimento
homossexual no Brasil, afirmam expressamente que é possível deixar de sentir
atração por pessoas do mesmo sexo e desenvolver a atração pelo sexo oposto.
Suplicy declara esse fato em seu livro “Sexo para Adolescentes”. Mott, por sua
vez, discorre demoradamente sobre o tema ex-gays em seu livro “Crônicas
de Gay Assumido”.
Portanto,
dizer que “não existe ex-gay” é uma afirmação tão estúpida que nem mesmo os
ativistas gays acreditam nela. O problema entre o ex-gay e o dono de uma
ONG LGBT é que o primeiro constitui a antítese personificada de absolutamente
tudo o que o segundo pode utilizar para ludibriar a opinião pública e surrupiar
os recursos públicos que são supostamente destinados a “combater a homofobia”.
Só isso.
Em geral,
como ficam as vidas das pessoas que se declaram ex-gays ou ex-lésbicas?
Sofremos
um duplo preconceito: os héteros dizem que não existimos e os gays que estamos
mentindo. A imprensa nos retrata de maneira caricata, como mentirosos. As
universidades nos ignoram. Nesse caso, há um dogma em praticamente todas as
universidades públicas no Brasil segundo o qual é “antiético” pesquisar a
possibilidade de mudança de orientação sexual.
Ninguém
nasce gay.
Por que o
curso voltado a pastores no DF foi interrompido?
Em
primeiro lugar, é importante dizer exatamente isso: o curso foi in-ter-rom-pi-do.
Depois da interrupção, por volta das 21h30 da quinta-feira, 22, prosseguimos
normalmente com as atividades do curso. Em nenhum momento o MPDFT embargou,
suspendeu ou fez algo parecido contra a realização do curso.
Quanto ao
motivo da interrupção, à noite, acredito que o MPDFT tenha sido ludibriado por
um grupo de sociopatas que se valeu da função pública e do poder político e
institucional de que dispõe para convencer aquele Parquet de que
estávamos praticando um crime.
Mas,
oficialmente, por que o Ministério Público interveio?
É bom
deixar claro que foram feitas duas denúncias contra nós. Na primeira, uma
Coordenadora-Geral de um órgão da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da
Presidência da República (o “Balcão de Negócios” do “movimento”), dizendo haver
recebido uma denúncia do Conselho Regional de Psicologia (CRP-01), solicitou
providências ao Promotor do MPDFT. Na segunda, a Coordenadora-Assistente do
“CREAS da Diversidade”, órgão vinculado à Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Humano e Social do Governo do Distrito Federal, em parceria com
dois psicólogos, elaborou um “Relatório Psicossocial”, fundamentado em “falas”
de “lideranças do movimento LGBT do DF” e julgamentos temerários de um livro
que nenhum deles leu (o meu livro: “Homossexualidade Masculina: Escolha ou
Destino?”). Em seguida, a Coordenadora-Assistente encaminhou ao MPDFT o tal
Relatório, acompanhado de cópia da capa e da contracapa do meu livro,
endossando, assim, a sanha denuncista.
O
deputado federal Jean Wyllys veio a público criticar o curso em diferentes
ocasiões e assumiu a autoria de uma das denúncias. O que você acha que o
irritou tanto?
Adolescentes
costumam ser ousados, mas também têm horror à possibilidade de serem
considerados “incapazes” ou “fracos”. No afã de parecerem corajosos, fazem as
piores besteiras. O deputado é uma criança…No máximo, um adolescente. Digo isso
porque as coisas ditas e feitas por ele guardam total correlação com as
peraltices típicas da adolescência. Por outro lado, é bom não esquecermos que o
tal “movimento” só se move em direção aos cofres públicos. O nosso curso
constitui, de fato, uma ameaça aos vultosos ganhos financeiros dos donos de
ONGs LGBT e, por conseguinte, de muitos cabos eleitorais de alguns
parlamentares.
Você
considera que esse episódio abre um precedente perigoso?
Se os
cristãos e pesquisadores brasileiros não acharem que esse episódio demonstrou a
força dos sociopatas que estão encastelados em órgãos públicos, ocupando cargos
de confiança e exercendo funções de Direção e Assessoria, acho que o procedente
é tenebroso e temo pelo que será do futuro das próximas gerações que amam Jesus
e apreciam a boa ciência.
Por outro
lado, se os seguidores de Cristo e a comunidade científica (aquela parcela não
alinhada à ditadura do “politicamente correto”) entender que esse episódio
expôs o quão ridículos e estúpidos podem ser esse grupo delinquentes, poderão
elaborar estratégias simples para colocá-los no devido lugar: na cadeia ou, no
mínimo, fora de qualquer função pública.
O que
você diria para os evangélicos que se surpreenderam com o episódio?
Acho que
os evangélicos que se surpreenderam com esses fatos ocorridos aqui no Distrito
Federal devem prestar mais atenção ao que está escrito na Bíblia acerca do
combate que todo cristão autêntico terá de travar até o dia de Cristo. Nesse
sentido, eu encorajo o povo de Deus a ser mais crente nas Escrituras e ousar
desafiar explícita e publicamente os poderes desse mundo tenebroso. É um erro
teológico grotesco acreditar que temos de “nos submeter a toda e qualquer
autoridade”. Isso, na verdade, é um ataque frontal aos ensinos bíblicos e, a
meu ver, uma “desculpa santa” para a covardia. Ao invés disso, temos de orar
pelas pessoas que se encontram em posição de autoridade, mas denunciar seus
atos malignos que contrariem o propósito de Deus para seus filhos e criaturas!